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| Maria Gadú se apresenta no "Som Brasil - Festivais". |
Pela segunda vez, Maria Gadú participa do programa "Som Brasil", da Rede Globo. Três anos depois do sucesso do programa em homenagem à banda Paralamas do Sucesso, onde Gadú destacou-se com canções como "Lanterna dos Afogados" e "Caleidoscópio", Maria volta ao musical global que, dessa vez, em nova fase, homenageia os Festivais de Música Popular Brasileira, dos anos 1960.
Além de Gadú, o programa conta ainda com Emicida, Pitanga em Pé de Amora e Thiago Amud. Jair Rodrigues (que no histórico Festival da TV Record, de 1966, conseguiu, para "Disparada", de Geraldo Vandré e Theo Barros, o prêmio dividido com "A Banda", de Chico Buarque), Maria Alcina (intérprete vencedora do VII Festival Internacional da Canção, de 1972, com "Fio Maravilha", de Jorge Ben) e Tony Tornado (que, com o Trio Ternura e o Quarteto Osmar Milito, deu o prêmio a "BR-3", canção de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar, no V FIC, de 1970).
Os Festivais, que entre 1965 e 1972 mobilizaram o país e revolucionaram a música popular, são um marco de grande importância na história da música brasileira. Foi em 1965, no primeiro Festival da (extinta) TV Excelsior, que a jovem Elis Regina deu o prêmio à canção "Arrastão", de Edu Lobo e Vinícius de Moraes, fazendo nascer, com os braços rodantes e uma desdobrada alucinante, o que chamamos hoje de "música de festival" - que muitos consideram o marco inicial da moderna MPB.
No ano seguinte, no segundo Festival da TV Record, o Brasil trocou o futebol pela música: Em todo lugar, entre quase todas as pessoas, perguntava-se: "'A Banda' ou 'Disparada'?" (sendo que, no final, a vencedora não foi nem a temática simples de Chico Buarque - que consagrava-se na música nacional -, nem a modinha regional de Edu e Vandré, mas sim as duas). Assim, o Festival foi tomando conta e foi entrando na vida do brasileiro. Camila Pitanga (apresentadora do programa) comenta: "Na plateia, as torcidas se organizavam como nos melhores clássicos do futebol. Aplaudiam ou vaiavam com a mesma intensidade. Fãs de todos os gêneros, de todas as procedências, cantavam, gritavam e pulavam como se já soubessem que estavam fazendo história".
As músicas que Gadú canta o programa são "Divino, Maravilhoso", de Gilberto Gil e Caetano Veloso, eternizada pelas cantoras Ivete, Arlete e Gal Costa no IV Festival da Música Popular Brasileira da TV Record, em 1968, tirando o terceiro lugar pelo júri especial; "Andança", de Paulinho Tapajós, Danilo Caymmi e Edmundo Souto, terceiro lugar no III FIC, do ano de 1968 - interpretada por Beth Carvalho; "Universo do Teu Corpo", de Taiguara (interpretada por ele mesmo), oitavo lugar no V FIC, de 1970 e a histórica "Arrastão".
Fica por conta do rapper Emicida a vencedora do V Festival da Record, de 1969: "Sinal Fechado", de Paulinho da Viola e "Para Não Dizer que Eu Não Falei das Flores", de Geraldo Vandré (música que encerrou sua carreira, no III FIC, de 1970). Pitanga em Pé de Amora defendem (utilizando os termos dos festivais) "A Banda" e "Lapinha" (vencedora da I Bienal do Samba da TV Record, de 1968). O cantor Thiago Amud interpreta "Domingo no Parque", de Gilberto Gil, em uma interpretação memorável de Gil e os Mutantes no Festival da Record de 1968, alcançando o segundo lugar.
O programa vai ao ar dia 31 de agosto, após o Programa do Jô (por volta das 2 horas), na Rede Globo.
E então, ansiosos?
Fiquem com um vídeo da última apresentação da Gadú no Som Brasil, para dar um gostinho:
